Missão dos Doze Apóstolos
M Mons. Vincenzo Paglia
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Evangelho (Lc 9,1-6) - Naquele momento, Jesus convocou os Doze e deu-lhes força e poder sobre todos os demônios e para curar doenças. E ele os enviou para anunciar o reino de Deus e para curar os enfermos. Ele lhes disse: «Não leveis nada para a viagem, nem cajado, nem bolsa, nem pão, nem dinheiro, e não tragais duas túnicas. Qualquer que seja a casa em que você entrar, fique lá e saia daí. Quanto aos que não vos acolhem, abandonem a sua cidade e sacudam o pó dos vossos pés em testemunho contra eles”. Então eles saíram e foram de aldeia em aldeia, anunciando as boas novas por toda parte e realizando curas.

O comentário ao Evangelho de Monsenhor Vincenzo Paglia

Os Doze não são enviados para ensinar uma nova doutrina, mas para estabelecer um novo reino, para alcançar a libertação dos homens da escravidão do pecado e da morte. Jesus lhes dá poder sobre “todos” os demônios. Sim, toda a escravidão deve ser eliminada. O anúncio do Evangelho do Reino começa com factos, isto é, com acontecimentos claros de libertação, com sinais evidentes de um tempo novo, um tempo de misericórdia, de amor, de justiça, de paz. A fé cristã não é uma ideologia que contrasta com outras, não é um pensamento para pessoas particulares, talvez para alguns heróis do ascetismo. A fé transforma: muda o coração de quem escolhe responder ao chamado de Jesus e de novos corações nasce uma nova história. A fé cristã não se limita ao individualismo avarento. Pelo contrário, impulsiona-nos a transformar a história para aproximar o reino de amor que Jesus veio inaugurar. Os Doze – nota Luca – «saíram e foram de aldeia em aldeia». Cada crente é chamado a seguir Jesus para comunicar o mesmo Evangelho. Esta missão exige despojar-se de si e do próprio protagonismo. Já nesta página percebemos a urgência que leva os discípulos a ir de casa em casa, de aldeia em aldeia, de cidade em cidade, para que ninguém fique sem o Evangelho.